Estudo do Evangelho

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor!
entrará no reino dos céus, mas aquele que
faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”

(Mateus 7:21)

12 - Bem-aventurados os mansos - Mt 5.5

 

 

 

 

Esclareço que não sou especialista no assunto e nem alimento a pretensão de esgotá-lo. Apenas gosto de pesquisar e estudar, de tomar contato e de me inteirar de várias outras concepções, bem como compartilhar o fruto de minhas buscas e descobertas. Mas sempre apresentarei o que o Espiritismo e a sua literatura tem a dizer sobre a questão. Os livros que não pertencerem ao movimento espírita serão assim sinalizados.

 

 

(Obs. Textos com maiores detalhes sobre os propósitos, objetivos e características de cada Evangelho serão publicados na seção TEXTOS AUXILIARES. Sobre o Evangelho de Mateus e de Marcos já se encontram lançados. Ou demais estão sendo elaborados.)

 

 

 

Mateus 5.5

 

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” [1]

 

 

 

 

 

Indício infalível da verdadeira auto-realização é a mansidão.  O homem que encontrou o seu Eu divino é necessariamente manso. [2] p. 17

 

 

 

 

A bem-aventurança é uma fórmula literária de felicitação - porque é iniciada pela expressão “bem-aventurado(s)” –, formada por exclamação que declara ditosa a pessoa ou um grupo delas pelo que são e, em outras situações, pelo que fazem.

 

A mansidão (Mt 5.5) é a terceira bem-aventurança apresentada por Jesus no Sermão do Monte ou da Montanha (Mt 5.1-7.29).

 

Em alguns manuscritos, no início das bem-aventuranças a ordem dos versículos 4 (“aflitos”) e 5 (“mansos”) encontra-se invertida. Mas a crítica textual aconselha a manutenção da sequência familiar, embora alguns especialistas defendam a idéia de que a inversão corresponda ao texto original. [1] p. 49

 

 

Análise dos vocábulos manso/mansidão

 

De acordo com as definições e o senso comum, a mansidão é característica do indivíduo de índole afável, branda, meiga, tranquila, serena, em quem a inquietação e a agitação, obviamente, não se fazem presentes. São, portanto, aqueles que não oferecem riscos, não agridem ou violentam, não provocam e nem geram problemas.

 

Na tradução grega do texto hebraico do Antigo Testamento (a Septuaginta), as palavras manso/mansidão são a tradução de praus, sendo aplicadas também, no mundo grego antigo, ao animal bravio que havia sido amansado e domesticado. [3] p.11

 

Considerações de a Bíblia de Jerusalém para o vocábulo manso:

Ou “os humildes”, termo tomado do Saltério na forma grega. O v. 4 (os mansos) poderia ser simplesmente glosa (uma nota explicativa, um comentário) do v. 3 (os pobres em espírito); a sua omissão reduziria o número das bem-aventuranças a sete. [4] p. 1710

 

De Severino Celestino da Silva:

O termo grego praeis foi usado para significar manso, embora não reflita, no texto, o caráter de humildade, citado por Jesus em hebraico. O Talmude*, no capítulo 4, mishná* 4, afirma: “Sê muitíssimo humilde de espírito”. Esta afirmação de Jesus está em total acordo com o ensinamento talmúdico citado acima.”  [5]  p. 63

 

(* Talmude: ”Coletânea de livros sagrados dos judeus, um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico.”  [6])

 

(* Mishná: uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá oral. Provém de um debate entre os anos 70 e 200 da Era Comum por um grupo de sábios rabínicos conhecidos como 'Tanaim' e redigida pelo Rabino Judá HaNasi, que terminou sua obra no ano de 189 EC. A razão da sua transcrição deveu-se, de acordo com o Talmude, à perseguição dos judeus às mãos dos romanos e à passagem do tempo trouxeram a possibilidade que os detalhes das tradições orais fossem esquecidos. As tradições orais que são objecto da Mishná datam do tempo do judaísmo farisaico. A Mishná não reclama ser o desenvolvimento de novas leis, mas a organização de preceitos de ensinamentos orais originados desde a entrega da Torah por Moisés ao povo judeu.” [7])

 

Alguns exegetas defendem a opinião de que a bem-aventurança da mansidão trata-se de uma sequência natural das duas anteriores (vv. 3 e 4: “pobre em espírito” e “aflitos”), pois os indivíduos que reconhecem suas imperfeições e limitações, bem como seus sofrimentos e aflições, tendem a manifestar um comportamento mais gentil e cordial. E se as anteriores expressam um exercício de espiritualidade, esta terceira (“manso”) vincula-se às relações interpessoais.

A mansidão é, em essência, a verdadeira visão que temos de nós mesmos, e que se expressa na atitude e na conduta para com os outros…  [8]

 

De Gabriel Mourão:

No Evangelho, ser manso tem a ver com domínio próprio.

(...) O domínio próprio consiste na decisão de não fazer algo prejudicial aos outros, quando se tem todo poder e até razão para fazê-lo. Esse é o poder do autocontrole, porque controlar os outros é fácil, difícil é controlar a si mesmo. Difícil é segurar as próprias rédeas.

(...) Esse é o desafio para o qual Jesus nos chama, e quando ele diz bem aventurados os mansos, diz porque os mesmos escolheram ser.

Ser manso é possuir um poder extraordinário sobre muita coisa, e não se deixar dominar pela insanidade, mantendo o domínio. E isso é uma manutenção diária crescente, ou seja nunca para.

(...) Agora, mesmo tendo poder sobre os outros, não se aproveita desse privilégio para dar ocasião à perversidade. Não porque não pode, não porque tem medo, mas porque escolheu fazer diferente. Escolheu dominar seu ego, escolheu ser manso. Quem é manso, dificilmente se enche de razão, mas se cala quando todos estão gritando.

(...) O manso não se precipita em suas palavras, mas está sempre pronto a ouvir, ainda que seja de uma criança. O manso é alguém que se coloca na condição de servo, mesmo que seja mestre.

(...) E tudo isso só pode ser adquirido com a prática, não existe mágica, não existe oração para se tornar manso. O que existe é decisão, querer ou não querer. Quem faz oração para se tornar manso não procura mansidão, procura mágica, porque é a prática do dia a dia que vai fazer você vencer-se de si mesmo.

Quer se tornar manso? Pratique o domínio próprio em todas as áreas da vida. Repito, mansidão vem do exercício da disciplina diária, até que se tenha controle sobre si. Por isso não é fácil, e não vem de bandeja. Quando Jesus diz que o caminho é estreito, ele não está exagerando, porque de fato o é.

Assim, essa afirmação de Jesus quando diz, bem aventurados os mansos, podemos encarar também como um elogio da parte dele. Isso porque ele sabe que é uma escolha difícil, um caminho árduo e pouco percorrido. Por isso, todos que escolhem andar por esse caminho são bem aventurados.

Resumo

O processo de se tornar manso se dá pela prática no dia a dia, por meio de escolhas conscientes. Todos os que procuram ter domínio próprio estão passando pelo caminho da mansidão. É um caminho, e o caminho precisa ser percorrido para se chegar do outro lado.

Não espere por um milagre para se tornar manso, porque não existe mágica, existe escolha, decisão e consciência. Aliás, Jesus nunca prometeu nos livrar desse caminho, e sim a caminhar conosco, então decida ser manso e seja. Pense nisso! [9]

 

A mansidão no Novo Testamento

 

Sobretudo nas Epístolas de Paulo, a mansidão encontra-se enfaticamente associada a vários outros sentimentos/virtudes:

 

1ª aos Coríntios (4.21) – em sua autoridade para exigir disciplina, Paulo questiona os habitantes de Corinto quanto à sua futura visita a eles. Como o apóstolo deveria se apresentar? Com a “vara” ou “com amor e em espírito de mansidão?” [4]; 

 

2ª aos Coríntios (10.1) – ressalta a mansidão e a bondade/benignidade do Cristo;

 

Gálatas (5.23) – aborda o quanto os vícios se contrapõem ao fruto do “Espírito”. Elenca-se, assim, em primeiro lugar o amor, seguido da alegria, paz, longanimidade*, benignidade, bondade, fidelidade e o autodomínio/domínio próprio;

 

(*Longanimidade: “1 Virtude de suportar com firmeza contrariedades em benefício de outrem; 2 p. ext. paciência, resignação com que se suportam contrariedades, malogros, dificuldades etc; 3 p. ext. (da acep. 1) disposição, constância de ânimo; coragem, obstinação.”) [10]

 

Efésios (4.2) – na conduta digna, as virtudes prevalecentes são a humildade, longanimidade, tolerância, união e a paz;

 

Colossenses (3.12-13) – aos “eleitos de Deus”, além da mansidão, são indispensáveis a compaixão/misericórdia, bondade, humildade, longanimidade, tolerância e o perdão;

 

1ª a Timóteo (6.11-12) – Paulo recomenda a este seu discípulo que, além da mansidão, ele igualmente precisaria se guiar pela justiça, piedade, fé, perseverança/constância e pelo amor;

 

2ª a Timóteo (2.24-25) – o apóstolo exalta a mansidão/brandura que o “servo do Senhor” deve exercitar para com todos, acrescentando também a necessidade da competência/aptidão na instrução aos outros, da paciência perante as tribulações e da suavidade com que se deve educar/disciplinar os opositores.

 

Na 1ª Epístola de Pedro, temos duas referências à mansidão no capítulo 3. Em seu quarto (4º) versículo, o texto a contextualiza nos deveres entre os casados; no 16º, no comportamento ideal frente às perseguições.

 

 

A mansidão em Jesus e para o seu entendimento

 

De conformidade com a narrativa de Mateus, no Sermão do Monte ou da Montanha, as recomendações iniciais de Jesus dizem respeito às ações que seus discípulos deveriam seguir para que as “boas obras” (Mt 5.16) se concretizassem. Tanto que, na sequência das bem-aventuranças, enfatiza a missão deles, comparando-os ao “sal da terra” e à “luz do mundo” (Mt 5.13-16).

 

Dentre todas as virtudes, parece que Jesus ressalta duas delas: as inseparáveis mansidão e humildade. Tanto que, ao falar sobre o seu jugo e o aprendizado de seus ensinamentos, se autodefine como sendo “manso* e humilde de coração” (Mt 11:29).

 

(*O termo manso consta da BÍBLIA DE JERUSALÉM e da BÍBLIA DE ESTUDO ALMEIDA. No entanto, o tradutor Haroldo Dutra Dias, em O NOVO TESTAMENTO [1], apresenta o vocábulo brando, explicando em nota que, literalmente, ele corresponde a “manso; terno, gentil; indulgente, doce, suave.”)

 

Em Jesus, a mansidão não diz respeito ao medo ou à covardia, mas está particularmente associada à fortaleza de seu caráter. E ao proclamar esta e as demais bem-aventuranças, ele está se referindo àquilo que lhe é próprio.

 

Assim, foi pelo seu exemplo de humildade e de mansidão que enfrenta sua prisão, seu martírio e crucificação.

 

Conforme os Evangelhos, todo esse processo culminou com Jesus sendo preso como um marginal, flagelado como um malfeitor, zombado como um impostor, coroado de espinhos como um falso soberano e condenado à morte de cruz como um criminoso. E diante de todo esse espetáculo de humilhação e flagelação, ainda pode dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois sabem o que fazem” (Lc 23:34).

 

Jesus foi manso e bondoso para com:

·        a samaritana no poço de Jacó (Jo 4.5-29);

·        Zaqueu, o rico chefe dos publicanos (Lc 19.1-10);

·        Maria Madalena (Lc 8.2) ;

·        Judas no horto das Oliveiras (Lc 22.48): “Judas, com um beijo entregas o filho do homem?”;

·        Pedro, ao dirigir-lhe um olhar de bondade após a terceira negação deste: “E, voltando-se o Senhor, fitou Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor...” (Lc 22.60-62). A previsão de que seria negado por três vezes e seu olhar de mansidão e humildade fizeram com que Pedro chorasse “amargamente”.

 

Sem incitar qualquer tipo de levante ou violência, Jesus mansamente provoca profundas reflexões e mudanças nas concepções sociais e religiosas de sua época e vindouras, inspirando muitas pessoas ao longo do tempo.

 

Com sua brandura e manifesta humildade, Jesus ensina como exercitar o equilíbrio diante de um mal, já que é através de uma reação serena que efetivamente se rompe o ciclo vicioso dos conflitos e contendas.

 

Na sequência das bem-aventuranças e ainda no Sermão do Monte ou da Montanha (Mt 5.21-48), traz, portanto, seus 06 (seis) contrastes na interpretação da Lei, através da fórmula “Ouviste o que foi dito ... eu, porém, vos digo...”:

·        1 - não se encolerizar, reconciliando-se e sendo benevolente para com o adversário;

·        2 - não escandalizar e não repudiar;

·        3 - não jurar e ser autêntico no falar;

·        4 - não rebater a um revide;

·        5 - amar o inimigo; e

·        6 - orar pelos perseguidores.

 

Nestas orientações deixa entrever que atitudes de mansuetude e simplicidade, bem como as demais virtudes elencadas nas bem-aventuranças, tornam o indivíduo filho do “Pai, [que está] nos céus, já que seu sol desponta sobre maus e bons, e cai chuva sobre justos e injustos”, conclamando, ao final desta parte, a que todos sejam tão perfeitos “como é perfeito vosso Pai Celestial”.

 

De Paul Earnhart:

Totalmente fora do espírito do seu tempo, Jesus anunciou a bem-aventurança do manso, do misericordioso, dos pacificadores e dos perseguidos. Não era uma idéia "cujo tempo tivesse chegado." E ainda não é.

(...) Os violentos e os teimosos prevalecem. Os mansos são sumariamente atropelados.   A verdade é que, a curto prazo, isto poderá ser assim mesmo.  As pessoas que são recolhidas para o reino de Deus têm que enfrentar isso.  A gentileza de Jesus não o salvou da cruz. Mas, no final, Jesus nos ensina que é somente a mansidão que sobrevive.  O desafio para nós é entender o que é a verdadeira mansidão.

Mansidão não é uma disposição natural. Não é um temperamento suave inato. Não é o comportamento obsequioso do escravo, cujo estado de impotência força-o a adotar um modo servil, que ele despreza e que abandonaria na primeira oportunidade. Mansidão é uma atitude para com Deus e os outros que é produto da escolha. É a disposição mantida por uma resolução moral férrea, ao mesmo tempo em que se pode ter o poder e a inclinação para se comportar diferentemente.

Mansidão não é indiferença ao mal. Jesus suportou com muita paciência os ataques que lhe fizeram, mas foi forte para defender o nome e a vontade do seu Pai.

(...) Mansidão não é fraqueza.  Não há frouxidão nela.  Aquele que tinha 72.000 anjos sob seu comando (Mateus 26:53) descreveu-se como "manso  e humilde de coração" (Mateus 11:29). A profundidade da mansidão em um homem pode na verdade ser medida em proporção direta com sua capacidade para esmagar seus adversários.  Jesus não era manso porque ele fosse impotente.  Ele era manso porque tinha seu imenso poder sob controle de grandes princípios: Seu amor por seu Pai (João 14:31) e seu amor  pelos homens perdidos (Efésios 5:2). Teria sido muito mais fácil para ele ter simplesmente aniquilado seus antagonistas do que suportar pacientemente suas ofensas.  Ele seguiu a estrada difícil.

(...) Ele veio ao mundo como um servo. Ele esvaziou-se pelo benefício dos outros.

Ainda que a mansidão do reino derive de uma nova visão de si mesmo na presença de Deus ("pobre de espírito") sua ênfase primária está na visão de um homem na presença de outros. (...) O homem manso é o que foi amansado para o jugo de Cristo (Mateus 11:29), e, consequentemente, tomou sobre si os fardos dos outros homens (Gálatas 6:2). Ele não mais tenta tomar pela força nem mesmo aquilo que é seu por direito, nem tenta vingar as injustiças feitas a ele, não porque ele seja impotente para fazer isto, mas porque ele submeteu sua causa a um tribunal superior (Romanos  12:19).  Em vez disso, ele está preocupado em ser uma bênção, não só para seus irmãos (Romanos 15:3), mas até mesmo para seus inimigos (Lucas 6:27-28).

O homem manso já se cansou de si mesmo.  Ele sentiu sua máxima vacuidade espiritual e anseia por um correto relacionamento com Deus. (...) Ele esvaziou seu coração de si mesmo e o preencheu com Deus e os outros.  Como seu Mestre, ele se tornou o servo dos servos. E por esta própria razão o futuro lhe pertence.” [3]

 

 

Análise da expressão “herdar a terra”

 

A promessa de Jesus ainda se contrapõe a inúmeras crenças e ideologias que sustentam a eficácia do poder da subjugação, das lutas e disputas e até mesmo do sucesso da violência para a obtenção do que se necessita ou deseja.

 

Mas ele não ensina que a terra será conquistada ou possuída pela força. A segunda parte do versículo diz o motivo pelo qual são “bem-aventurados os mansos”: eles herdarão a terra. E herdar é receber algo por sucessão, é ter um direito sem fim.

 

Há uma constante no pensamento do Antigo e do Novo Testamento: a paz perfeita na Terra será prêmio dos justos e dos que pacientemente suportarem as adversidades e confiarem em Deus.

 

No AT, por exemplo, Isaías (65.17) compara a chegada da era messiânica com o retorno do paraíso: “Com efeito, criarei novos céus e nova terra; as coisas de outrora não serão lembradas, nem tornarão a vir ao coração.” [11]

 

No mesmo livro, em outro momento (29.19), temos a abundância da recompensa e da herança aos mansos: “Os mansos terão regozijo sobre regozijo no SENHOR”. [12]

 

No NT, uma nova realidade é anunciada e descrita ao longo do Apocalipse. A visão constante de 21.1, por exemplo, descreve o juízo de Deus: “Vi então um novo céu e uma nova terra.” Semelhante concepção também pode ser encontrada em Mateus (19.28-29) e na 2ª Epístola de Pedro (3.13).

 

Na bem-aventurança trazida por Mateus (5.5), a promessa da herança é análoga às constantes do Salmo 37.

 

Este Salmo, ao enfocar a prosperidade passageira dos ímpios (cruéis, brutais, maldosos), traz esperanças aos desrespeitados e injustamente despossuídos, assim caracterizando os habitantes ou herdeiros da “terra”: [11]

 

        v. 3 – os que segura e confiantemente se colocam sob os cuidados de Deus, exercitando a bondade, a tranquilidade e a alegria:

“Confia em Iahweh e faze o bem, habita na terra e vive tranquilo, põe tua alegria em Iahweh e ele realizará os desejos do teu coração.”

 

        v. 9 – os que acreditam na Providência Divina:

“... quem espera em Iahweh possuirá a terra.”

 

        v. 11 – os que, mesmo despossuídos, farão jus a uma recompensa abundante:

“... mas os pobres possuirão a terra e se deleitarão com paz abundante.”

 

        v. 22 – os amparados e benditos por Deus:

“... os que ele abençoa possuirão a terra…”

        

        v. 29 – os que praticam a retidão e a justiça:

“... os justos possuirão a terra e nela habitarão para sempre.”

        

        v. 34 – os que depositam sua esperança e confiança em Deus e, por isso, obedecem-nO:

“Espera por Iahweh e observa o seu caminho; ele te exaltará, para que possuas a terra...”

 

Mateus (5.5), porém, ao ampliar os horizontes da herança aos mansos, não se restringe apenas à terra de Canaã, mas expande o reinado de Deus ao céu e para toda a terra.

 

 

Entendimento espírita

 

Nas Leis Divinas, tudo encerra um propósito visando o bem e a evolução. Tudo e todos progridem inevitavelmente.

 

Entretanto, na história da humanidade, incontáveis foram os indivíduos que, por terem exercido a violência física ou psicológica, garantiram para si espaços político-sociais e/ou seu “quinhão de terra”. E ainda hoje, em vários pontos do planeta, muitos fatos ainda são determinados pelos que não observam o bem estar geral.

        

Conquanto tais pessoas ainda dominem muitas realidades, pode-se constatar uma maior conscientização no exercício da união e da fraternidade. O desrespeito entre nações e indivíduos, o descaso para com a natureza e animais, entre outros, já não estão sendo mais tão aceitáveis.

 

Por meio da evolução em sucessivas existências (a reencarnação), paulatinamente a humanidade está se amoldando pelo pacifismo e pela brandura. Gradativamente a Terra está se preparando para abrigar os “mansos” e todos aqueles que não oferecerem riscos a si mesmos e ao próximo. A agressividade perderá sua força e não mais maculará a dinâmica existencial, pois todos estarão comprometidos com o equilíbrio e a harmonia das relações.

 

A promessa de Jesus, portanto, diz respeito aos indivíduos evoluídos moral e espiritualmente, cujos princípios e valores se caracterizem pela sublimação e superioridade de propósitos.

 

De Estudo aprofundado da Doutrina Espírita:

A inteligência e a lucidez da mensagem do Evangelho não pretendem apontar os mansos como passivos ou apáticos. Os mansos são aqueles que têm aberto o coração às claridades espirituais. São os que atendem aos chamamentos da mansuetude, no trabalho incessante do bem. São pessoas que abrem mão de padrões personalístico em favor da doação de valores que, por certo, agasalharão os filhos do calvário, ao influxo da verdadeira solidariedade.

(...) A Humanidade da Terra recebe, como legado da Bondade Superior, a vivência no orbe para desfrutar dos seus benefícios materiais e espirituais. A marcha evolutiva revela que, por força do aprendizado espiritual, quanto mais a pessoa compreende, menos quer, menos possui e mais desfruta da vida: são os altruístas e os desprendidos que confiam nas promessas do Cristo.

O legado do Cristo é a mensagem de amor, consubstanciada no seu Evangelho.

Desta forma, torna-se necessário, para sermos felizes, seguir as suas orientações como um roteiro de vida.” [13] p. 54

 

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IX, intitulado “Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos”, Allan Kardec desenvolve o assunto nos seguintes temas:

·        Injúrias e violências

·        A afabilidade e a doçura

·        A paciência

·        Obediência e resignação

·        A cólera

 

De Rodolfo Calligaris:

Já antes de Alexandre Magno, Júlio César e Gengis Khan, assim como depois de Napoleão, Mussolini e Hitler, o que vale dizer, desde as mais priscas eras até os nossos dias, aqui, ali e acolá, a violência foi e continua sendo o meio utilizado pelos homens para o domínio deste mundo, inclusive dos seres que o habitam.

As ideias – políticas, filosóficas ou religiosas – igualmente hão sido impostas, muitas vezes pela força, custando isso à Humanidade um sacrifício de vidas não menor que o causado pelas guerras de conquista.

No campo da economia, então, os gananciosos sem escrúpulos, que de recursos opressivos não empregam para conseguir o enriquecimento rápido, indiferentes ao sofrimento das multidões, vítimas indefesas de suas manobras altistas?

Mesmo nas instituições e no recesso dos lares, homens há que, para ocuparem os primeiros lugares ou poderem dizer “aqui mando eu”, não titubeiam em constranger companheiros e tiranizar familiares, pondo em evidência o espírito belicoso que os caracteriza.

Sim, até agora a Terra tem sido açambarcada pelos violentos, em dano para os mansos e cordados.

Tempos virão, entretanto, em que as relações humanas dos terrícolas serão bem outras.

Sob o império do amor universal pregado pelo Cristo, cada qual verá em seu semelhante um irmão, cujos direitos cumpre respeitar, e não um adversário contra o qual deva lutar; o egoísmo cederá lugar ao altruísmo, de sorte que todos se auxiliarão mutuamente em suas necessidades; e porque ninguém cuidará de elevar-se sobre os outros, mas sim de superar-se a si mesmo, em saber e moralidade, os fracos e os pacíficos já não serão esmagados e explorados, inexoravelmente, como estamos habituados a presenciar.

Os cépticos talvez imaginem que tal progresso demande ainda muitos e muitos séculos para tornar-se uma realidade entre nós.

Sem dúvida, milagres não acontecem, e lenta, muito lenta, tem sido a evolução da Humanidade.

Nosso mundo, porém, está fadado a passar por profundas transformações, físicas e sociais, que o torna uma estância mais ditosa e,  segundo revelações das entidades amigas do “lado de lá”, um processo de expurgo e seleção já se acha em curso, devendo intensificar-se cada vez mais.

Por esse processo, todos quantos se não afinem com a nova ordem de coisas a ser estabelecida aqui na Terra sofrerão a desencarnação em massa através de eventos diversos, sendo atraídos para outros mundos, cujas condições de primitivismo esteja em conformidade com seus instintos e maus pendores, onde permanecerão até que se regeneram e façam jus a melhor destino.

A partir do terceiro milênio, passarão a reencarnar neste mundo apenas as almas que hajam demonstrado firmeza no bem, e, livres daqueles que lhes quebravam a harmonia, conhecerão uma nova era de paz e de felicidade, concretizando-se, assim, a promessa do Cristo: “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a Terra.”  [14] p 13.

 

De Carlos Torres Pastorino:

“3.º PASSO

(...) Além do corpo, além das sensações, o aspirante sente - à proporção que evolui - o atraso que lhe causam as emoções, manifestação puramente animal da alma. As emoções são movimentos anímicos entre os dois pólos extremos, o positivo (amor) e o negativo (ódio), com todos os matizes intermediários.

O que mais prende o "espírito" ao ciclo reencarnatório é exatamente a faixa emocional, que os não evoluídos confundem com evolução, quando a experimentam em relação ao pólo positivo.

Explicamo-nos. O devoto, que sente emoção e chora ao orar; aquele que se emociona ao ver a dor alheia, sentindo-a em si; o amoroso que vibra emocionalmente diante da pessoa ou das pessoas amadas; o orador que derrama lágrimas emotivas ao narrar os sofrimentos de Jesus, e que comove o auditório, arrastando-o à reforma mental; todos esses estão agindo no plano puramente animal, que é o das emoções. O amor, a caridade, a prece que Jesus ensinou não são manifestações emotivas: são espirituais, e só poderão ser puras, elevadas, divinas, quando nada mais tiverem de emotividade.

A libertação dessa emotividade, que tanto mal causa à humanidade, é obtida quando a criatura conquista a mansidão, a paciência, a resignação ativa, a conformação com tudo o que com ela ocorre.

Cristo, em relação a este plano, é a Porta das ovelhas, porque só através Dele podemos sair do plano animal (das ovelhas) e penetrar no reino hominal, subindo daí até o reino celestial ou divino.

A prece coincide perfeitamente: a lei do plano é a da Justiça, portanto Lei do Carma, de Causa e Efeito, que só age, (e só pode agir) no plano emocional. E por isso, a prece que Jesus ensinou é esta:"desliga-nos de nossos débitos (cármicos), assim como nós desligamos os que nos devem". O termo grego exprime: "resgatar, soltar, desligar, libertar". Mas a condição de obtermos isso (Mat. 6:15)é que de nossa parte também nos desliguemos dos outros. A tradução comum é "perdoar", que ainda supõe a emoção; o perdão dá a entender que a pessoa se sentiu "ofendida" e, depois, reagindo, vencendo-se a si mesma superiormente, concede com generosidade o perdão. Tudo no campo emotivo.

(...) Nem a criatura se sente ofendida (porque nada atinge nosso Eu real), nem precisa perdoar, porque não se julga magoada: simplesmente SE DESLIGA, como se as ocorrências se tivessem passado com pessoas totalmente estranhas

(...) O que tem que fazer é DESLIGAR-SE totalmente, para subir de plano, e não ficar preso a emoções várias, que só trazem perturbação.

Aqueles que, vencidas as emoções (todas, boas e más), conseguirem a mansidão mais absoluta, a inalterabilidade, esses herdarão a Terra, após sua “reencarnação".” [15] p. 91

 

 

 

 

MANSIDÃO E IRRITABILIDADE

 

“A delicadeza e a civilidade são filhas diletas da mansidão.

 

Pela mansidão o homem conquista amizades na Terra e bem-aventurança no Céu.

 

Inimiga da irritabilidade que gera a cólera, a mansidão sempre triunfa nas lutas, vence as dificuldades, enfrenta os sacrifícios.

 

Os mansos e os humildes de coração possuirão a Terra, porque se elevam na hierarquia espiritual e se constituem outros tantos propugnadores invisíveis do progresso de seus irmãos, guiando-lhes os passos nas veredas do Amor e da Ciência — nobres ideais que nos conduzem a Deus!

 

“Aprendei de mim, disse Jesus, que sou humilde e manso de coração.”

 

É em Jesus que devemos buscar as lições de mansidão de que tanto carecemos nas lutas da vida.

 

Embora enérgico, quando as circunstâncias o exigiam, o Sublime Redentor sabia fazer prevalecer a sua Palavra pelo poder da verdade que a embalsamava, e sem ódio, sem fel, combatia os vícios, os embustes que deprimiam as almas.

 

Sempre bom, lhano, sincero, caritativo, prodigalizava a seus ouvintes os meios de adquirirem o necessário à vida na Terra e à felicidade no Céu.

 

“Não vos encolerizeis para que não sejais condenados.”

 

A irritabilidade produz a cólera e a cólera é uma das causas predominantes de enfermidades físicas e males psíquicos.

 

A cólera engendra a neurastenia, as afecções nervosas, as moléstias do coração: é um fogo abrasado e que corrompe o nosso organismo, é o vírus peçonhento que macula nossa alma.

 

Filha do ódio, a cólera é um sentimento mesquinho das almas baixas, dos Espíritos inferiores.

 

Sem mansidão não há piedade, sem piedade não há paciência, sem paciência não há salvação!

 

A mansidão é uma das formas da caridade que deve ser exercitada por todos os que buscam a Cristo.

 

É da cólera que nasce a selvageria que tantas vítimas tem feito.

 

Da mansidão vem a indulgência, a simpatia, a bondade e o cumprimento do amor ao próximo.

 

O homem prudente é sempre manso de coração: persuade seus semelhantes sem se excitar; previne os males sem se apaixonar; extingue as lutas com doçura, e grava nas almas progressistas as verdades que soube estudar e compreender.

 

Os mansos e humildes possuirão a Terra, e serão felizes, o quanto se pode ser no mundo em que se encontram.” [16] p. 162

 

 

 

 

 

“Bem-aventurados os mansos...”

 

“Indício infalível da verdadeira  auto-realização  é  a  mansidão.  O  homem que  encontrou  o  seu Eu  divino  é  necessariamente  manso.  Em  que  consiste  a  mansidão? Consiste  na  desistência  de  qualquer  violência,  física  como  mental,  e  sua substituição  pela  do  espírito.

 

Todos os  seres  que  não  atingiram  a  consciência  espiritual  recorrem  à violência  para  conseguirem  os  seus  fins. 

 

(...) O homem auto-realizado descobriu a  essência  de  si  mesmo  e  de  todas as  coisas,  essência  essa  que  é  imaterial,  e  por  isso  não  mais  o  interessam  as aparências  periféricas,  que  os  profanos  consideram  realidades.

 

(...) Ele é silenciosamente poderoso, quando outros são  ruidosamente fracos,  embora  se  tenham  em  conta  de  fortes.  Esse homem sabe por experiência própria que “todas  as  coisas  são  dadas  de  acréscimo”  àquele  que “em  primeiro lugar  busca  o  reino  de  Deus  e  sua  justiça”.  Isto ele não crê, isto ele sabe, porque vive cada dia essa  grande  verdade. E ele também descobriu o segredo - ia quase dizendo, a técnica dessa força cósmica.

 

Por isto, não há para o homem manso de coração motivo algum para recorrer à fraqueza da violência  brutal,  quando  ele  possui  a  força  da suavidade e  benevolência  espiritual.

 

(...) A humanidade imperfeita que agora  habita  esta  terra  com suas  vibrações  baixas  e  pesadas  terá  de  passar  por  muitos  estágios  de  evolução,  em  outros  mundos,  outros  planetas  ou  nos  espaços  intersiderais,  e,  após longos  milênios  de  experiências  e  sofrimentos,  voltará  ela,  purificada  e  com outras  vibrações,  a  habitar  esta  terra,  transformada  em  um  habitáculo  de  seres puros.  Esses homens puros  serão  “mansos”,  isto  é,  não  violentos;  nada  farão por  meio  de  força  bruta,  tudo  farão  com  força  espiritual.  O espírito da força será substituído pela  força  do  espírito.  (...) O espírito da força realiza uma  posse  temporária,  efêmera,  como  aliás  mostra  a história da  humanidade,  ao  passo  que  a  força  do  espírito  realiza  uma  posse permanente  e  durável.  Onde estão as  conquistas  violentas  de  Alexandre Magno,  de  Júlio  César,  de  Gengis-Khan,  de  Napoleão,  de  Hitler,  Mussolini  e   outros  adeptos  da  força  bruta?  Entretanto, as  conquistas  feitas  pela  irresistível suavidade  do  espírito  da  mansidão  e  do  amor,  como  as  de  Jesus  Cristo,  de Francisco  de  Assis,  de  Mahatma  Gandhi  e  outros  continuam  em  milhares  e milhões  de  almas  humanas.  (...) Aqui, a força suave da vida — acolá a força brutal da morte.

 

(...) Esta sabedoria cósmica que proclama a posse do mundo e dos homens pela suavidade do amor e da benevolência, pela não violência e não agressividade, é privilégio de poucos homens da atual geração. 

 

(...) Amar incondicionalmente é o caminho mais curto e rápido às alturas da compreensão integral e universal.” [2]  p. 17

 

 

 

 

Silvia Helena Visnadi Pessenda

sivipessenda@uol.com.br

 

 

 

Referências

 

[1] DIAS, Haroldo Dutra (Trad.). O novo testamento/ tradução de Haroldo Dutra Dias. 1. ed. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 2013. 

 

[2] ROHDEN, Huberto. O Sermão da Montanha. Disponível na Internet em: http://www.acasadoespiritismo.com.br/livrosespiritas/o%20sermao%20do%20monte/Espiritismo-Huberto%20Rohden-O%20Sermao%20Da%20Montanha.pdf - acessado em 29.11.2019. (literatura não-espírita)

 

[3] EARNHART, Paul. O Sermão da Montanha: Extraindo os Tesouros das Escrituras: Exposições Práticas.  Disponível na Internet em: https://www.estudosdabiblia.net/som.htm - acessado em 26.04.2020. (literatura não-espírita)

 

[4] BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2003. (literatura não-espírita)

 

[5] SILVA, Severino Celestino da. O Sermão do Monte. 6. Ed. João Pessoa: Idea. 2017.

 

[6] WIKIPÉDIA. Talmude. Disponível na Internet em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Talmude - acessado em 26.04.2020. (literatura não-espírita)

 

[7] WIKIPÉDIA. Mishná. Disponível na Internet em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mishn%C3%A1 - acessado em 26.04.2020. (literatura não-espírita)

 

[8] Igreja Batista Novo Coração. Bem aventurados os mansos. Disponível na Internet em: http://www.novocoracao.com.br/pastorais/bem-aventurados-os-mansos/. - acessado em 26.04.2020 (literatura não-espírita)

 

[9] MOURÃO, Gabriel. Bem Aventurados os Mansos – O que é Ser Manso, Você Sabe?. Disponível na Internet em: https://conhecereisaverdade.com/bem-aventurados-os-mansos/ - acessado em 26.04.2020. (literatura não-espírita)

 

[10] DICIONÁRIO HOUAISS. Longanimidade. Disponível na Internet em: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#2 - acessado em 20.04.2020. (literatura não-espírita)

[11] BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2003. (literatura não-espírita)

 

[12] BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. (literatura não-espírita)

 

[13] MOURA, Marta Antunes de Oliveira (Org.). Estudo aprofundado da doutrina espírita: cristianismo e espiritismo. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do espiritismo/organizado por Marta Antunes de Oliveira Moura. 1. ed. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 2015. Livro II. Módulo II. Roteiro 1.  

 

[14] CALLIGARIS, Rodolfo. O sermão da montanha. 9. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira. Cap. “Bem-aventurados os mansos...”.

 

[15] PASTORINO, Carlos Torres. Sabedoria do Evangelho. Publicação da Revista Semanal. Rio de Janeiro. 1964.  Volume II. Disponível na Internet em: http://bvespirita.com/Livros-C.html, acessado em 26.04.2020.

 

 [16] SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e ensinos de Jesus. 17. ed. Matão, SP: Casa Editora O Clarim, 2001.

 

 

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